quarta-feira, 19 de março de 2014

HÁ "DEMASIADA DEMAGOGIA" NAS CRÍTICAS À ADESÃO DA GUINÉ EQUATORIAL


Timorense Xanana Gusmão lembra que, desse ponto de vista, Guiné-Bissau "devia ter saltado fora" há 33 anos

O Primeiro-ministro timorense considera que, por vezes, existe demasiada demagogia nas críticas à possível entrada da Guiné Equatorial como membro pleno da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.  
  
"Penso que, às vezes, somos demasiado teóricos e demagogos. Se formos a ver por isso tudo, a Guiné-Bissau devia ter saltado fora da CPLP há 33 anos", defendeu Xanana Gusmão em Jacarta, na Indonésia, referindo-se a "33 anos de golpes de Estado". Várias vozes têm-se feito ouvir contra a adesão da antiga colónia espanhola à CPLP, devido à natureza repressiva do regime liderado por Teodoro Obiang, que recentemente decidiu suspender a pena de morte. "Se eles falassem alemão ou holandês, dizíamos que para aprender o português, seria difícil, mas eles falam espanhol", comentou Xanana Gusmão, que prevê deslocar-se em breve à Guiné Equatorial.  
  
Timor-Leste vai assumir, pela primeira vez, em julho, a presidência rotativa da CPLP, durante a cimeira da organização que vai decorrer em Díli e na qual será, mais uma vez, discutida a adesão do país africano como membro pleno. Nas últimas reuniões, apenas Portugal se opôs à adesão devido à natureza repressiva do regime, mas em fevereiro os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP aconselharam, por unanimidade, a entrada da antiga colónia espanhola na organização, sob a forma de uma recomendação à cimeira dos chefes de Estado e de Governo de julho. A mudança da posição portuguesa face à entrada de um país visto como uma das piores ditaduras africanas foi justificada pela pressão dos parceiros na CPLP e pelo facto de o país ter dado sinais de abertura e empenhamento no cumprimento do programa de ação a que se comprometeu.

A Guiné Equatorial, que é um dos maiores produtos de petróleo de África, é liderada por Teodoro Obiang desde 1979, mas o país procedeu a uma reforma política em 2011 para favorecer a democracia.

http://www.rtp.pt/rdpafrica/index.php?t=Ha-demasiada-demagogia-nas-criticas-a-adesao-da-Guine-Equatorial-a-CPLP.rtp&article=2541&visual=6&tm=10&headline=16

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