terça-feira, 30 de setembro de 2014

BEBÉ GUINEENSE FERIDO EM REBENTAMENTO DE MINA VAI SER TRATADO EM PORTUGAL


Bissau, - Um bebé de 23 meses ferido na sexta-feira pelo rebentamento de uma mina, que provocou 23 mortos numa viatura de transporte, na Guiné-Bissau, vai ser transportado para Portugal para receber tratamento médico, adiantou à Lusa fonte diplomática.

Trata-se da vítima mais nova do desastre assinalado com dois dias de luto nacional (domingo e segunda-feira).

A criança sofreu um traumatismo craniano e deverá ser tratada por especialistas em neurocirurgia devido à falta de recursos em território guineense, explicou Augusto Blute, cirurgião do Hospital Simão Mendes, em Bissau.

A partida do Aeroporto Osvaldo Vieira para Dakar, no Senegal, está marcada para as 11:00 (12:00 em Lisboa) de quarta-feira. 

O bebé, acompanhado por um médico, deverá depois seguir da capital senegalesa para Lisboa num voo oferecido pela TAP durante a madrugada de quinta-feira para ser admitido no Hospital de Santa Maria, acrescentou a mesma fonte diplomática.

A viagem e acolhimento na capital portuguesa acontecem ao abrigo do acordo de cooperação "que prevê o acolhimento em Portugal de pacientes relativamente aos quais não haja meios de diagnóstico e tratamento" na Guiné-Bissau, referiu.

O menino de 23 meses está estabilizado, mas necessita, pelo menos, de um diagnóstico preciso "através de TAC (Tomografia Axial Computorizada)", realçou Augusto Blute.

Os dois membros da família que dele cuidam, mãe e um tio, com os quais viajava na sexta-feira, estão também internados no Hospital Simão Mendes.

Um furgão de transporte colectivo explodiu sexta-feira quando circulava entre as povoação de Bissorã e Cheia com cerca de 40 pessoas, quase todas pertencentes à mesma família, que se deslocavam para uma cerimónia fúnebre.

De acordo com as autoridades, o condutor accionou uma mina anti-tanque usada pelas forças guineenses na guerra da independência, há mais de 40 anos.

O governo decidiu criar uma comissão de inquérito liderada pela ministra da Justiça para averiguar as circunstâncias do acidente e decidir sobre eventuais medidas a tomar no terreno face ao risco de haver outras minas na zona.

Em 2013, um dispositivo semelhante foi desarmado por militares a poucos metros do local do acidente. 


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