sábado, 28 de março de 2015

LUBITTZ QUERIA QUE "TODO MUNDO" SOUBESSE O SEU NOME

Lubitz na meia maratona organizada pela Lufthansa, em setembro de 2009

Antiga namorada do copiloto que fez despenhar avião da Germanwings ouviu-o dizer que queria ser recordado.

As autoridades alemãs tornaram público, esta sexta-feira, que Andreas Lubitz, o copiloto que fez despenhar o avião da Germanwings com mais 149 pessoas a bordo, estava a ser acompanhado devido a doença - não especificada - e que deveria estar de baixa médica no dia da tragédia. Mas a imprensa internacional continua a procurar detalhes sobre as motivações de Lubitz, que afinal sofria de problemas psiquiátricos graves. O copiloto interrompeu mesmo a sua formação devido a um esgotamento, na sequência de uma depressão provocada pelo stress, e terá sido submetido a tratamento durante um ano e meio. Sofria ataques de pânico, era obsessivo e, ao que tudo indica, estaria medicado no dia em que provocou a queda do A 320 da Germanwings, em sofrimento após uma rutura amorosa.

Os problemas, segundo escreve hoje a imprensa internacional, vinham de longe. O alemão Bild consegiu falar com Maria W., uma assistente de bordo de 26 anos que, segundo o jornal, teve uma relação com Lubitz. No seu testemunho, a ex-companheira do copiloto admite que quando soube da queda do avião, lembrou-se de imediato de uma frase dita por Lubitz: "Um dia, vou fazer uma coisa que vai mudar o sistema e todo o mundo vai saber o meu nome e lembrar-se de mim".

De acordo com o Bild, a jovem, que diz estar "chocada", voou durante cinco meses com Lubitz em 2014 e a relação durou apenas o tempo em que trabalharam juntos, sem nunca se tornar "oficial". Recorda-o como um homem simpático, muito doce em privado, "alguém que precisava de amor". E diz mesmo que se Lubitz foi o responsável pela queda do avião, tê-lo-á feito apenas porque compreendeu que, devido aos seus problemas de saúde, "o seu sonho de um emprego na Lufthansa como comandante e piloto de longo curso era praticamente impossível de realizar".

A assistente de bordo confessa que se separou de Lubitz porque o passar do tempo tornou claro que o copiloto "tinha um problema": durante a noite, acordava com pesadelos e a gritar "vamos cair". "Falámos sempre de trabalho e quando abordávamos o tema ele tornava-se outra pessoa, irritava-se com as condições de trabalho. Não por causa da remuneração, mas medo pelo contrato, demasiada pressão", esclarece. "Ele era capaz de esconder dos outros o que realmente se passava".

A antiga namorada de Lubitz diz ainda que o copiloto não falava da sua doença, deixando saber apenas que estava a receber tratamento psiquiátrico.

dn

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