segunda-feira, 18 de abril de 2016

GUINÉ-BISSAU: LÍDER DO PAIGC PEDE ELEIÇÕES GERAIS ANTECIPADAS

Domingos Simões Pereira

Bissau - O líder do PAIGC, partido maioritário no Parlamento da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, considera que a solução para a crise política no país "é devolver o poder ao povo" em eleições gerais para se pronunciar sobre "quem deve governar".

Num encontro de militantes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) na região de Cacheu, na localidade de Pelundo, Domingos Simões Pereira acusou o chefe de Estado, José Mário Vaz de querer colocar na governação pessoas da sua confiança.

"Não podemos continuar a fingir que não sabemos que é isso que o Presidente José Mário Vaz quer. Enquanto José Mário Vaz não colocar na governação pessoas da sua confiança não vai descansar", disse Simões Pereira. 

O líder do PAIGC afirmou que não pode ficar "impávido e sereno" quando o Presidente da República "não quer deixar" o seu partido governar, mesmo tendo sido o vencedor das eleições legislativas com uma maioria absoluta.

"Onde é que ele (Presidente) saiu com o direito de dizer que pode proibir que o PAIGC governe? Onde?", questionou o antigo primeiro-ministro guineense, cujo Governo foi demitido por José Mário Vaz em Agosto de 2015.

Para Domingos Simões Pereira ou se respeita a Constituição do país, ou o povo é chamado de novo para se pronunciar em eleições gerais, legislativas e presidenciais, para a escolha de novos dirigentes.

O líder do PAIGC diz que se o país continuar "neste imbróglio" estaria a perder os apoios prometidos com a comunidade internacional de 1,5 mil milhões de dólares quando para se realizar eleições gerais necessitaria apenas de 10 milhões de dólares.

Domingos Simões Pereira não tem dúvida em que as pessoas têm estado a comprometer a actual legislatura, pelo que, disse, o melhor é organizarem-se rapidamente eleições gerais.

O líder do PAIGC lembrou que foi obrigado a abdicar de governar, depois de vencer as eleições à frente do seu partido, mas mesmo assim não se quer deixar governar Carlos Correia, actual primeiro-ministro.

Sublinhou que José Mário Vaz tem que respeitar as pessoas, porque ele tem sido respeitados enquanto Presidente da República", defendendo ainda que convocou para esta tarde a reunião do Comité Central do PAIGC, órgão máximo entre congressos para analisar a situação política do país.

Na terça-feira, o Presidente guineense deverá fazer um discurso à nação a partir do Parlamento, em Bissau.

Analistas da política guineense admitem a possibilidade de José Mário Vaz demitir o Governo de Carlos Correia.

portalangop/Conosaba

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