sábado, 27 de maio de 2017

ASCENSÃO DE JESUS: IGREJA CATÓLICA CELEBRA 51º DIA MUNDIAL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL


Padre Augusto Mutna Tamba


A igreja católica do mundo celebra este domingo 28 de maio, na solenidade de ascensão de Jesus aos céus, o 51 DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS. O blog Conasaba de Porto falou com Padre Augusto Mutna Tamba, antigo coordenador da comissão interdiocesano de Comunicação Social, atualmente na Itália fazendo uma formação em Centro de Serviços de Vídeo em Potenza. 

Primeiro padre guineense formado em comunicação social pela faculdade de ciências de comunicação da universidade pontifícias salesiana em Roma. Querendo saber do teor e  e das motivações da jornada de Comunicação Social pela  a igreja recorremos  ao reverendo padre.

Como todos os anos o papa pela ocasião  o manda uma mensagem para o efeito. Este ano não fugiu a tradição pelo que novamente mandou a mensagem que tem como tema tirado do livro de profeta Isaías capítulo 45, versículoe5: "Não tenhas medo, que Eu estou contigo”  para Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo».

Porque, "graças ao progresso tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar. Estas notícias podem ser boas ou más, verdadeiras ou falsas. Já os nossos antigos pais na fé comparavam a mente humana à mó da azenha que, movida pela água, não se pode parar. Mas o moleiro encarregado da azenha tem possibilidades de decidir se quer moer, nela, trigo ou joio. A mente do homem está sempre em ação e não pode parar de «moer» o que recebe, mas cabe a nós decidir o material que lhe fornecemos (cf. Cassiano o Romano, Carta a Leôncio Igumeno).


Ainda citando a mensagem do papa para este dia, o reverendo Augusto disse que: "esta mensagem pudesse chegar como um encorajamento a todos aqueles que diariamente, seja no âmbito profissional seja nas rela seções pessoais, «moem» tantas informações para oferecer um pão fragrante e bom a quantos se alimentam dos frutos da sua comunicação. A todos quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade".

Para o Mutna a preocupação da igreja é "que haja necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas «notícias más» (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falimento nas vicissitudes humanas). Não se trata, naturalmente, de promover desinformação onde seja ignorado o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingénuo que não se deixe tocar pelo escândalo do mal. Antes, pelo contrário, queria que todos procurássemos ultrapassar aquele sentimento de mau-humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal. Aliás, num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero.

Voltando a sua aplicabilidade na Guiné Bissau, o  padre salienta o facto de alguns órgão de comunicação e agentes de comunicação social são confundidos no desempenhos no desempenho das suas funções, sobretudo por  e escassos meios financeiros e do profissionalismo  e caiem em negócios. Portanto no dia em órgãos de comunicação guineense passarem a ter um jornalismo profissional com sérias investigações, passarem a falar simplesmente a verdade, e expor os podres de todos sem excepção, a Guiné Bissau vai mudar em um curto espaço de tempo.

O nosso problema é que a mentira tem assento nos órgãos da soberania e a verdade esta presa sem voz, e condenada a prisão maior.

Há quem defende o errado, ignoram as reclamações do povo, para terem a oportunidade de continuar a roubar.

Assim nunca iremos para frente,  com esses jornalistas que falam como se não vivessem na Guiné Bissau.

Ser jornalista não é só pegar no gravador ou microfone e fazer entrevistas as pessoas ou escrever e apresentar notícias na rádio ou televisão.

Como outras profissões o jornalismo também é, como todas as vocações o jornalismo é. Portanto no momento que o país vive as rádios em particular os jornalistas podem ajudar a para que haja paz e tranquilidades na Guiné Bissau e no seio do povo guineense. Infelizmente se nota que o povo está dividido e em particular os jornalistas e rádios de costas viradas, só notar nos encontros ou nos djumbai antes de conferências de imprensa dos partidos ou membros de órgãos de soberania, como se estivéssemos num campo de futebol. As posições são claras de quem é quem é quem e de quem nesse processo.

O jornalista deve ser como água pura, que não tem cor, não tem cheiro e nem tem sabor  ou mesmo como alguém que está em cima do muro e que vê em todas as direções, tanto de um lado como do outro.

O que acontece na Guiné Bissau é que um bom número dos jornalista não o é pela profissão e se é falta ainda a deontologia profissional razão pela qual os trabalhos feitos residem na cobertura de conferência de imprensa e  notas de imprensa, se é que uma nota de imprensa é um trabalho jornalístico e enfim comunicados de falecimentos, de tocha chouros, missas e jiaras.

O jornalista não deve ser um que termina a entrevistas dizendo tens ainda alguma coisa a dizer que além das perguntas colocadas. Isso mostra exactamente que não explorou ou não tem domínio do argumento da entrevista. 

O jornalista antes de entrevista deve pelo menos conhecer tudo senão 90 porcento do argumento em questão para não ser embrulhado pelo entrevistado.

Os jornalistas devem se juntar independentemente da filosofia da casa rádio para verem em comum como podem ajudar na resolução dos problemas guineenses, fazendo reflectir a sociedade em geral.

Na Guiné poucos são os jornalistas que lêem e reflectem nas reais situações do país. Poucos são os órgãos de comunicação excepto uns que conheço fazem o balanço dos trabalhos feitos nos dias anteriores ou fazem seguimento das informações. E isso por além de desorientar os ouvintes ou seguidores desinformação o público.

O princípio de contraditório ainda falta nos nossos jornalistas, senão vejamos o caso de acordo de Conacri, todos os órgãos de comunicação passar só a voz dos líderes dos grupos de intervenientes no processo. Ninguém se preocupou com o documento resultante das negociações. O resultado é que houve muita confusão depois na informação sobre a escolha da figura de consenso e só mais tarde é que veio publicar nas redes sociais o documentos depois de uma ou mais semanas. Isso é mau. Nas situações do género é muito importante as fontes. Não se pode acontecer com o que se outros falam tomando como fidedignas de informação.

Na trajetória eclesial, a Igreja Católica sempre a considerou o tema comunicação como um elemento importante a ser contemplado, na sua especificidade. E os documentos da Igreja revelam a evolução do pensamento do magistério na área da comunicação, que passou por diversas fases de “desconfiança”, de “aceitação”, até a compreensão da necessidade do diálogo entre fé e cultura. 

Na atualidade, revela-se um grande esforço para adequar a linguagem, mas, sobretudo, a mudança de mentalidade, uma vez que na sociedade atual, entramos em um novo processo de comunicação, que exige a passagem da simples transmissão da fé, para um modelo de interatividade participativo. Um desafio para a evangelização.

A igreja celebra este sonho de Pentecostes o quinquagésimo primeiro dia mundial de comunicação social sobre tema "Não tenhas medo, que Eu estou contigo”  para Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo».


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